domingo, 9 de agosto de 2015

De pai pra pai

Hoje acordei mais tarde e tava tudo pronto sem que eu participasse. Filho limpo, café pronto e cartinhas de dia dos pais espalhadas pela casa. O Pedro caprichou mesmo. Teve uma pequena ajuda da mamãe Elaine que sabe como ninguém me fazer sentir homenageado. Valeu, gente!

Liguei pro meu pai, o vô Luiz.

Seu Luiz é um pai tradicional. Daquele tempo que trocar fraldas jamais entraria no script de um pai. O pai brabo que eu lembro de criança foi sofrendo uma metamorfose ao longo dos anos. Ficou suave, sereno e até um pouco chorão. Não sei se ele que mudou ou eu que aprendi a entendê-lo.

Aos 10 anos, como era de se esperar, ele já era meu super-herói e ainda to esperando essa fase passar. Do jeito dele, as vezes por e-mail ou telefone o cara me pega no colo até hoje.
Não seria certo eu dizer que me espelho nele pra cuidar do Pedro porque como já disse, ele pertence a uma época que essas coisas não passavam pela cabeça de ninguém. Pra esses assuntos vale mesmo se inspirar na vó Benedita.

Mas o certo é que pra qualquer coisa que saia do assunto de trocar fraldas e que eu esteja desgraçadamente enrolado eu costumo parar e pensar: "o que ele faria agora"?

Nunca falhou.

Agora que sou pai penso se vou dar conta de ser pro Pedro metade do modelo que meu pai é pra mim. Quem dera.

Pai, parabéns pelo seu (agora nosso) dia. Trata de viver bastante porque eu preciso de um gabarito pra saber que tipo de avô eu devo ser depois dos 100 anos. Vida longa e saúde pro meu super-herói.

Te amo.